As inovações tecnológicas trouxeram importantes avanços para o tema da sustentabilidade. Isso porque através da tecnologia as fontes renováveis de energia estão cada vez mais acessíveis, tanto do ponto de vista financeiro quanto logístico.
Isso favorece, entre outras coisas, o processo de eletrificação industrial que, além de reduzir as emissões de gases do efeito estufa, também pode trazer inúmeras vantagens para os negócios.
Por isso, nesse artigo você vai entender a importância da eletrificação para a indústria e quais as condições para que esse processo seja implantado de forma eficiente.
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Há décadas, o consumo de energia no mundo segue uma tendência de crescimento. E, em sua grande maioria, a geração dessa energia é proveniente de fontes não renováveis, sendo as principais oriundas dos combustíveis fósseis.
Segundo a Agência Internacional de Energia, a matriz energética mundial em 2020 era composta por petróleo e seus derivados (29,5%), carvão mineral (26,8%) e gás natural (23,7%). As fontes renováveis, como solar, eólica e geotérmica, correspondem a apenas 2,5% desse total. Somando a participação da energia hidráulica e da biomassa, as fontes renováveis totalizam cerca de 15% do consumo de energia no mundo.
As indústrias estão entre as principais “devoradoras” de energia. Só no Brasil, por exemplo, o setor corresponde a um terço do total da energia consumida. Por esse motivo, a eletrificação da indústria é um processo necessário e inevitável no longo prazo, mas que também pode ser muito benéfico para o setor.
Aumentar o uso de energia elétrica e, consequentemente, reduzir a dependência dos combustíveis fósseis é um passo fundamental para a redução das emissões de gases de efeito estufa no planeta, contribuindo assim para que o mundo se torne um lugar mais sustentável.
Além disso, a eletrificação oferece vantagens importantes aos mais diversos segmentos industriais, sendo um dos principais evitar ameaças à estabilidade dos negócios. Isso porque, depender de fontes de energia não renováveis gera incertezas quanto à disponibilidade e custo dessas matérias-primas no futuro. Assim, a eletrificação reduz os riscos de interrupção na produção.
Esse processo também pode trazer ganhos de eficiência. Um exemplo disso é a substituição de mecanismos de aquecimento (consomem muita energia) por equipamentos elétricos, como bombas de calor. Com essa prática, a indústria reduz drasticamente seus custos com energia e as emissões de carbono.
Alterar a fonte de energia das indústrias, trocando os combustíveis fósseis pela eletrificação, é um processo que exige superar alguns desafios. Afinal, o custo para a implantação desse modelo inicialmente pode ser um pouco elevado. No entanto, os ganhos no médio e longo prazos são compensadores, com maior produtividade, eficiência do processo produtivo e redução no desperdício de matérias primas.
A eletrificação é um processo que reduz a pegada de carbono das indústrias sem sacrificar a produção ou o desempenho. Além disso, embora haja desafios tecnológicos a serem superados ao alterar sistemas baseados em combustão para sistemas elétricos, esse movimento já pode ser feito com as tecnologias disponíveis hoje.
Da mesma forma, muitos dos equipamentos utilizados em processos industriais, como bombas e motores, são movidos desnecessariamente por combustíveis fósseis. E, em comparação, os custos do petróleo, carvão ou gás utilizados durante a vida útil desses equipamentos são até maiores que o valor gasto para investir em maquinário elétrico.
Como vemos, o cenário parece bastante favorável para a eletrificação da indústria. No entanto, para que esse processo possa ocorrer de maneira consistente e benéfica para o setor industrial como um todo, é necessário que os governantes e os mercados envolvidos na área energética promovam condições adequadas para sua concretização.
Isso porque um dos maiores entraves para a eletrificação é o preço da energia que, na maioria dos países, é mais cara que os combustíveis convencionais citados acima.
Como em alguns setores industriais a eficiência dos equipamentos elétricos não oferece vantagens significativas em relação aos combustíveis fósseis, o valor mais baixo das taxas de energia são um fator determinante.
Para atingir esse patamar reduzido no preço da eletricidade, é imprescindível que governos promovam – por meio de incentivos fiscais, por exemplo – a geração de energia oriunda de fontes renováveis, aumentando também a participação dessas fontes na matriz energética mundial.
Outra forma de promover a eletrificação da indústria se dá por meio da chamada eletrificação parcial. Nessa modalidade, é possível eletrificar parcialmente a energia, permitindo assim uma flexibilidade entre o consumo de energia proveniente da eletricidade e de combustíveis fósseis.
A adoção desse modelo híbrido de eletrificação pode trazer benefícios interessantes para o setor industrial, entre eles:
Aproveitar a flutuação de preços: Já que um dos gargalos para a eletrificação total da indústria é o valor da energia, adotar o modelo híbrido permite que as empresas aproveitem os preços mais baixos da eletricidade quando as fontes renováveis estiverem no pico de produção.
Utilizar incentivos governamentais: As indústrias que adotam a eletrificação parcial também podem se beneficiar do programa “Geração Distribuída”, do Governo Federal. Nele, é criado uma espécie de “crédito de energia” onde, caso a energia gerada por fontes renováveis seja superior à consumida, o excedente pode ser utilizado para abater o consumo nos meses subsequentes.
Além dessas vantagens, a eletrificação parcial pode ser considerada um primeiro passo rumo à eletrificação total, permitindo que as indústrias realizem a mudança de sua matriz energética de forma gradual.
Os softwares MATLAB e Simulink possuem as soluções tecnológicas necessárias para a implantação da eletrificação na indústria, inclusive com diversos testes e simulações disponíveis.
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