As mudanças climáticas estão se tornando cada vez mais evidentes no Brasil e no mundo, trazendo consequências drásticas para o meio ambiente e a sociedade. Em 2024, o Brasil enfrenta níveis alarmantes de poluição atmosférica, em parte impulsionados pelo aumento das queimadas na Amazônia e no Cerrado. Neste contexto, as energias renováveis surgem como uma solução essencial para combater os efeitos das mudanças climáticas, oferecendo uma alternativa limpa e sustentável à queima de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás natural.
Nos últimos meses, o Brasil tem registrado um aumento significativo de focos de queimadas, especialmente na Amazônia, resultando em uma piora considerável da qualidade do ar em diversas regiões do país. A combinação de queimadas e a queima de combustíveis fósseis em veículos e indústrias são as principais fontes de emissão de gases de efeito estufa (GEE), que aceleram o aquecimento global.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), até o dia 27 de agosto deste ano, foram registrados 28.697 focos de queimadas no bioma. Esse número representa um aumento de 83% em relação ao mesmo período de 2023, quando haviam sido contabilizados 15.710 focos. Além disso, está 38% acima da média dos últimos 10 anos (2014 a 2023), conforme os dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Com isso, o total de focos de incêndio em 2024 já passou de 53.620, o que significa um aumento de 80% em comparação ao mesmo período de 2023, quando foram observados 29.826 focos. Entre 1º de janeiro e 27 de agosto de 2024, esse foi o maior número de queimadas registrado para o período desde 2010.
Nesse cenário, as energias renováveis desempenham um papel crucial na mitigação dos impactos das mudanças climáticas. As fontes renováveis, como solar, eólica, hidrelétrica e biomassa, geram eletricidade de forma limpa, sem liberar GEE na atmosfera, oferecendo uma solução prática e eficiente para a crise climática.
De acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), o uso em larga escala de fontes renováveis pode reduzir as emissões globais de carbono em até 90% em 2050. No Brasil, essa transição já está em andamento, com um aumento expressivo da capacidade instalada de energia solar e eólica. Em 2023, a energia solar no país cresceu 44%, atingindo 24 GW de capacidade instalada, enquanto a energia eólica chegou a 22 GW, tornando o Brasil o segundo maior produtor de energia eólica da América Latina.
Além de reduzir as emissões de GEE, as energias renováveis ajudam a melhorar a qualidade do ar. A substituição de combustíveis fósseis por fontes limpas diminui a poluição atmosférica, que é responsável por inúmeras doenças respiratórias e cardiovasculares. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, globalmente, cerca de 7 milhões de pessoas morrem todos os anos devido à poluição do ar.
No Brasil, cidades como São Paulo e Rio de Janeiro frequentemente enfrentam altos níveis de poluentes, exacerbados pela combustão de veículos e indústrias, agravando os problemas de saúde pública. Para se ter uma ideia do quão alarmante isso pode ser, São Paulo lidera ranking de cidade com ar mais poluído do mundo de acordo com a Forbes.
A expansão das energias renováveis também é um motor de desenvolvimento econômico sustentável. O Brasil tem um enorme potencial para a criação de empregos no setor de energias renováveis. A instalação e manutenção de painéis solares, turbinas eólicas e outras infraestruturas geram oportunidades de trabalho em áreas que antes dependiam de atividades menos sustentáveis, como o agronegócio ou a extração de recursos naturais. Um estudo do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC) estima que, até 2030, o Brasil poderá criar mais de 1 milhão de empregos na cadeia de energia eólica.
Um exemplo prático do impacto positivo das energias renováveis no Brasil é a operadora de telecomunicações Claro, que conseguiu reduzir suas emissões de CO2 em 500 mil toneladas desde 2016. Isso foi possível graças ao investimento da empresa em fontes de energia renovável, como parques solares e usinas hidrelétricas. Esses dados mostram como as empresas brasileiras podem liderar a transição para uma economia de baixo carbono, ajudando a reduzir a pegada de carbono do país.
Para garantir que os projetos de energia renovável sejam eficientes e viáveis, ferramentas como MATLAB® e Simulink® desempenham um papel fundamental. Esses softwares permitem que engenheiros e pesquisadores modelem, simulem e analisem sistemas complexos de energia renovável, otimizando seu desempenho e impacto ambiental.
MATLAB® é amplamente utilizado para análise de dados, desenvolvimento de algoritmos e criação de modelos de sistemas. No contexto das energias renováveis, ele permite simular o comportamento de diferentes fontes de energia, ajudando a prever o impacto de um projeto na redução das emissões de GEE e no aumento da eficiência energética. Inclusive tratando de temáticas pertinentes ao setor industrial como ESG.
Simulink®, por sua vez, é uma ferramenta gráfica que facilita a modelagem e simulação de sistemas dinâmicos. Ele é ideal para projetar e testar sistemas de controle em projetos de energia renovável, permitindo que engenheiros otimizem o funcionamento de turbinas eólicas, painéis solares e outras infraestruturas antes mesmo de serem construídas.
Viu só? A transição para energias renováveis é essencial para combater as mudanças climáticas e melhorar a qualidade do ar no Brasil, especialmente em um momento em que queimadas e poluição estão em alta. Ao adotar fontes de energia limpas, como solar e eólica, o Brasil pode reduzir suas emissões de GEE, melhorar a saúde pública e estimular o desenvolvimento econômico sustentável. Ao investir em energias renováveis e em tecnologia, o Brasil pode liderar o caminho para um futuro mais verde e sustentável.
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