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Sumário

    COVID-19 & Quarta Revolução Industrial: como colocamos em prática para a retomada dos negócios

    24/04/2020
    4 min. de leitura

    A Quarta Revolução Industrial é um conceito que abrange tecnologias voltadas para a automação, robotização e troca de dados. Ela utiliza conceitos de sistemas ciberfísicos, Internet das Coisas (IoT) e Computação em Nuvem. Esta revolução é composta por nove pilares principais, amplamente reconhecidos: análise de dados, robótica, simulação, integração de sistemas, Internet das Coisas (IoT), cibersegurança, cloud computing, manufatura aditiva e realidade aumentada.

    Klaus Martin Schwab, fundador do European Symposium of Management em 1971, que mais tarde se tornou o World Economic Forum, já destacava a abrangência e profundidade desta revolução, afirmando: “Essa revolução tem amplitude, pois alcança a todos geograficamente, não reconhecendo fronteiras, profundidade, pois estará em todas as camadas sociais e velocidade, porque está ao alcance de todos e sua dinâmica não é controlada por ninguém especificamente. Ela nos obriga a reinventarmos o: como fazemos, o que fazemos, quando fazemos e para quem fazemos e, o mais importante, quem somos e como queremos ser”.

    A Busca pelo Domínio da Tecnologia

    Desde a primeira divulgação desse conceito, muitos de nós buscávamos entender como dominar essas tecnologias, com baixo ou nenhum investimento, pensando em automação e robotização como soluções, e antecipando a destruição de postos de trabalho com a criação de novas profissões inovadoras. No entanto, não tínhamos plena consciência de quão dependentes já éramos dessas tecnologias, nem o quanto estávamos mal preparados para implementá-las.

    Foi necessária uma pandemia global para que a sociedade compreendesse a verdadeira essência da Quarta Revolução Industrial: a capacidade de reinventar-se. De um dia para o outro, descobrimos que, com raras exceções, as empresas não estavam preparadas para mover toda a sua produção de conhecimento, que tradicionalmente era centralizada, para um modelo completamente descentralizado. Tivemos que reaprender a viver socialmente com nossas famílias e a redescobrir nossos lares, percebendo que o CEP não representa quem somos, mas apenas o local onde vivemos.

    A Reinvenção e o Valorização das Pessoas

    A crise trouxe à tona o valor de muitas pessoas antes invisíveis, como garis, motoristas, entregadores e motoboys, que passaram a ser reconhecidos como essenciais para essa nova realidade social. A tecnologia foi colocada a serviço do bem-estar do indivíduo, ou seja, para garantir nossa sobrevivência. Nos movemos como uma força única, com velocidade e amplitude constantes, nunca antes vistas. As ações coletivas, como a doação de alimentos, distribuição de EPIs hospitalares, shows gratuitos e o compartilhamento de conhecimento e recursos, se tornaram parte da nossa rotina.

    O fazer pelo outro se tornou um princípio não escrito, mas amplamente praticado. Estamos ressignificando as relações entre pessoas, empresas e governos, independentes de bandeiras, territórios, raças, orientações sexuais ou ideológicas. A Quarta Revolução Industrial, que teve início em 2012 em Hanover, Alemanha, nos proporcionou não apenas a consolidação de tecnologias, mas também a consciência de que precisávamos repensar quem somos e o que queremos ser para definir o que, como e quando vamos agir.

    Repensando o Sucesso e o Futuro

    O conceito tradicional de medir o sucesso de um indivíduo, empresa ou país, que geralmente é baseado na riqueza produzida e acumulada, poderá dar lugar a novas formas e critérios mais complexos. O que consideramos sucesso, e como ele será medido, está mudando diante dos nossos olhos.

    Saímos de uma crise inimaginável, mais fortes, sábios e preparados para continuar a evoluir. Não há outro caminho a seguir, e, diante das inovações proporcionadas pela Quarta Revolução Industrial, nossa única opção é seguir em frente.


    Douglas Oliveira, CEO da OPENCADD.