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Sumário
Engenharia de Requisitos e a Indústria 4.0: o que esperar do futuro
Qual a relação da indústria 4.0 e a gestão de requisitos?
A engenharia de requisitos surge de um conceito chamado MBD (Model-Based Design), criado antes de 1920 na era da eletricidade, evento que trouxe um boom de inovações, proporcionou o desenvolvimento de novos produtos, com novas tendências, possibilidades e, porque não dizer, riscos.
Com o passar dos anos, as regulamentações, as certificações dos produtos, a imputação de dolo e responsabilidade na fabricação de invenções obrigaram as empresas a investir em pesquisa e desenvolvimento – P&D – garantindo, também, a análise, gestão do risco, mudanças e validações.
Com o advento da indústria 4.0, surge um horizonte de novas possibilidades para otimização e conectividade de plantas industriais, porém surge também um grande risco de uso equivocado das tecnologias, pois olha-se para a parte final do processo, esquecendo-se que toda metodologia tem início, meio e fim, sendo importante lembrar que as plantas são feitas para fabricar produtos e não os produtos para encaixar nas plantas.
Inserir automação, robotização, IOT (Internet Of Things) em linhas de produção, que em alguns casos fazem produtos mal elaborados pelas empresas, é somente acelerar o erro.
O conceito da engenharia de requisitos faz a conexão de indústria 4.0 desde a origem até o produto final, com as organizações rastreando todo o processo de desenvolvimento de produtos, as condições e características que vão apoiar a implementação do processo de fabricação, utilizando os conceitos de otimização da indústria 4.0. E assim, gera um produto elaborado por uma indústria 4.0 e não fabricado por uma planta 4.0.
É importante olhar o que representa a indústria 4.0 para o cliente final e não somente para a planta fabril. Sob esta perspectiva fala-se de um novo horizonte de produtos com mais funcionalidades. Logo, são mais complexos e interdisciplinares. Assim, por conta de novas tecnologias, novas versões são atualizadas e liberadas em ciclos menores, exigindo cada vez mais responsabilidade e regulamentação.
Estes fatores fazem com que o MBD e a sua atualização de MBSE (Model-Based Systems Engineering) abarquem integração de sistemas e processos ainda mais efetivos atualmente, porque levam esta complexidade para dentro dos times de engenharia, os quais são direcionados a pensar mais e pensar colaborativamente para garantir produtos alinhados com novos conceitos.
Não há dúvidas de que a formação, de profissionais capacitados na indústria 4.0, parte da origem de concepção dos produtos, para que as implementações de automação, robotização e IOT das plantas seja feita de forma a levar ao cliente final o que ele deseja: o consumo alinhado com inúmeras premissas de desafios globais de meio ambiente e energia limpa.
Esta é a indústria 4.0 à qual os profissionais do futuro devem se engajar e não apenas receber prontas tecnologias e formas mais rápidas e automatizadas para fazer o que já se fazia anteriormente.
Desta forma, todos os projetos serão, certamente mais amplos, completos, assertivos, rastreáveis e com resultados eficazes.
Siegmar Schuenke é economista com MBA em Administração e Negócios e atua na OPENCADD como gerente comercial LATAM.