Uma das aplicações mais incríveis, realizada pelo software MATLAB está diretamente relacionada às Ciências Médicas.
Você já imaginou poder ver o rosto de um bebê, antes mesmo do nascimento? E ter a sensação de saber com quem ele se parece? É impressionante, não é?
E, se além disto, for possível observar malformações anatômicas e tratá-las antes do nascimento do bebê? Ou analisar e avaliar possíveis problemas nos pulmões, coração, metabolismo (entre outros), para aprimorar o tratamento?
Em cerca de dez anos, o desenvolvimento tecnológico foi tamanho que mesmo leigos conseguem perceber a diferença na qualidade das imagens de ultrassom. Sabe como isso aconteceu? Usando o MATLAB!
Um dos cientistas que desenvolve pesquisa e aprimora tecnologias, usando as ferramentas oferecidas pela OPENCADD, é o Engenheiro Gilson Maekawa Kanashiro, docente do IFPR – Instituto Federal do Paraná. Formado pelo IME – Instituto Militar de Engenharia em 2004 em Engenharia Elétrica, foi neste período seu primeiro contato com o MATLAB.
Na época, não existiam as ferramentas atuais. Era outro MATLAB”, brinca.
Mesmo assim, o software tinha uma grande vantagem: o Simulink, que permitia a construção de blocos funcionais personalizados, usando o MATLAB.
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A ferramenta, possui uma infinidade de blocos disponibilizados nos chamados toolboxes. É um ambiente de computação numérica multi-paradigma. Trata-se de uma linguagem de programação de quarta geração desenvolvida pela MathWorks. Permite manipulações de matriz, plotagem de funções e dados, implementação de algoritmos, criação de interfaces de usuário e interface com programas escritos em outras linguagens. É um dos mais sofisticados e poderosos simuladores existentes.
É o que há de melhor em software para pesquisas. Isto porque na Ciência existem temas que estão muito bem sedimentados, como por exemplo, as Leis Básicas do Eletromagnetismo. Portanto, não precisam ser recodificadas. “E o MATLAB traz isto pronto, oferecendo uma economia enorme e pode ser usado em tecnologias muito mais complexas, como 5G, espaçonaves, carros elétricos com direção autônoma. Seu uso é primordial”, comenta.
Quando o professor fala sobre sua área de pesquisa, em Engenharia Biomédica, os olhos do jovem pesquisador brilham. “É possível reconhecer até a face do bebê, com um grau elevado de definição de imagens. Antigamente, só era possível ver o contorno. Hoje, consegue-se ver coração, mama, útero, rins e outros órgãos, além de alterações morfológicas no tecido vivo”.
A pesquisa desenvolvida por ele, no que tange aos equipamentos de ultrassom, busca o que há de mais novo, mais atual em tecnologia. Atualmente, os médicos já realizam cirurgias com equipamentos robóticos avançados. Com as recentes conquistas no uso de inteligência artificial, realidade aumentada, bem como de nanotecnologias, avanços ainda mais surpreendentes estão por vir. “Se o médico faz algum procedimento, um sistema de ultrassom tão compacto como um celular poderia auxiliar o profissional a ver tecidos internos em tempo real, permitindo realizar procedimentos menos invasivos e com mais precisão. O desenvolvimento de todas essas tecnologias pode ser feito com MATLAB”.
Engenharia Biomédica – é voltada para a concepção de equipamentos utilizados em tratamentos, terapias e diagnósticos. Leva ao médico as informações do corpo humano, por meio de equipamentos. Há uma troca entre as duas ciências. No campo de pesquisa do professor, é possível afirmar que o ultrassom é o meio de diagnóstico menos invasivo que existe: atravessa o tecido, sem radiação. Inclusive existem pesquisas no mundo todo e, em Curitiba, capital do Paraná
Campus-Wide License – Há um potencial enorme no mundo acadêmico, a ser aplicado na Ciência Brasileira. O professor explica que os alunos sabem que o MATLAB é usado por vários pesquisadores, pois é uma ferramenta que ‘produz tecnologia’. “Quando começam a empregar o MATLAB, eles se inserem na fronteira da ciência. Muitos estudantes praticamente se revelam aí, utilizando a ferramenta! Pois o MATLAB é um software que serve não apenas para modelos e cálculos, mas também para simular a realidade. Por exemplo, é possível fazer simulação de um corpo humano sendo escaneado por um sistema de ultrassom”.
O pesquisador admite ser um sentimento de realização. “É algo que fazemos e nem notamos, pois entramos num estado zen, trabalhamos e não percebemos. É como hobby”, observa.
Para ele, difundir o conhecimento é fundamental e o CWL (Campus-Wide License) caminha nesta direção. “A universidade é um celeiro de aprendizagem, de informação. Com esta ferramenta é possível encontrar alunos com diferentes potenciais. Tê-lo nos 26 campi do IFPR é uma conquista, uma grande oportunidade. Inclusive para o surgimento de mentes empreendedoras, com possibilidade de formar mercados inteiros. E, assim, cumprimos nossa função de agentes modificadores da sociedade”, se alegra.
É importante destacar que o CWL é importantíssimo para o universo acadêmico. A longo prazo o investimento pode trazer um retorno imensurável na área do ensino e da pesquisa, pois pode revelar talentos. “MATLAB é perfeito para fazer simulações e entender como as leis da natureza funcionam. As modelagens matemáticas e computacionais não são fáceis e nem intuitivas; mas com simuladores é possível tornar tudo mais compreensível”.
O professor finaliza, ratificando que a capacidade intelectual do brasileiro é enorme, bem como sua criatividade. Mas, o grande gargalo ainda está no investimento em ensino e pesquisa.