A energia elétrica é um item essencial na vida de todos, pois ela garante que residências, hospitais, comércios, indústrias e o campo funcionem continuamente para o bem-estar da população. Quando a humanidade foi posta à prova com a pandemia de COVID-19, assistimos também um grande salto da demanda de eletricidade no mundo todo. Com isso, o que eram tendências de eletrificação, se transformaram em megatendências resultando em diversos movimentos de inovação e sustentabilidade para a indústria. No que tange à eletrificação, direta ou indiretamente podemos citar: energias renováveis , IoT ( Internet of Things), sensores, Inteligência Artificial, Big Data, nanotecnologia, biotecnologia, RPA ( Robotic Process Automation), blockchain, impressão 3D, 5G, metaverso (realidade virtual e aumentada), Smart City, mobilidade elétrica, veículos elétricos e autônomos, entre outros. Todas essas aplicações precisam da eletricidade para funcionar.
Além de atender a demanda, hoje nota-se também uma preocupação de como essa eletricidade é produzida, com atenção especial ao desenvolvimento sustentável. Existem muitos caminhos para emissão zero de CO2 até 2050. Apesar de ser um caminho estreito devido a uma série de fatores, ainda é um cenário viável diante do aumento do uso de eletricidade e do uso da energia renovável que cresce ano a ano. O Brasil, por exemplo, é visto internacionalmente como uma região de grande potencial de eletrificação, especialmente pela distribuição de eletricidade que é considerado um dos serviços mais capilarizados e democratizados do Brasil. Além disso, o país possui inúmeras fontes de energias renováveis espalhadas por diversos estados.Ainda falando do Brasil, não podemos deixar de ressaltar a mobilidade urbana e sustentável que é sempre posta em check nas grandes metrópoles brasileiras. Grande parte das soluções desse setor podem estar atreladas a diversos fatores, como: transportes alternativos, caronas compartilhadas, uso de combustíveis renováveis, uso de ferrovias etc. Também é fundamental reforçar a aposta em transportes coletivos elétricos, que não só diminuam a emissão de gases poluentes, como ajudem a reduzir a quantidade de veículos nas cidades.
Para o setor automotivo cabe ainda uma quebra de paradigmas que estão enraizados na cultura brasileira. Os empecilhos para os veículos elétricos ainda são muitos, mas os números mostram que este é um caminho sem volta. Comparando a eficiência de um motor a gasolina com um motor elétrico, a eficiência do motor a combustão gira em torno de 5 a 30% enquanto o elétrico tem 93 a 96% de eficiência. Além disso, outras vantagens podem ser mostradas como: maior facilidade de controle do veículo, menos peças e, consequentemente, menos peso e manutenção, menor poluição sonora e de gases. Além disso, os elétricos podem ser 3 vezes mais potentes do que os veículos de combustão.Os principais obstáculos ainda estão relacionados a autonomia, custo de aquisição e ao abastecimento dos carros elétricos. A autonomia depende da demanda de cada pessoa e do veículo utilizado para o transporte. Já existem muitos modelos elétricos com a mesma autonomia de um veículo convencional. O preço ainda é impeditivo para a maioria da população, sendo as baterias o motivo principal do alto custo dos modelos elétricos. Porém, o custo por armazenamento de um quilowatt-hora está decrescendo. Isso irá favorecer cada vez mais a redução do valor de bateria que impacta no custo final dos veículos elétricos gerando mais competitividade entre as empresas.
No caso do abastecimento, um carro com motor a combustão leva 5 minutos ou menos, enquanto um carro com motor elétrico pode levar pelo menos 1 hora para ter a bateria recarregada. Aqui cabe uma colocação pertinente que talvez você nunca tenha parado para pensar quando se trata da mobilidade urbana. A recarga de um veículo elétrico pode demandar tempo, porém você recarrega seu carro quando não está usando, por exemplo no estacionamento da academia, no shopping, em casa, no mercado, no trabalho, ou seja, como se fosse o seu celular. Diferente disso, o veículo a combustão obriga o motorista a interromper o percurso para que seja abastecido, desfavorecendo a mobilidade urbana. Mesmo vendo o outro lado da moeda, você acha ainda que os carros elétricos não têm chance?Já existem tecnologias que recarregam as baterias em poucos minutos. Além disso, projetos de pistas de recarga por indução já existem para veículos elétricos, os chamados de Dynamic Wireless Power Transfer (DWPT). Isto irá permitir que veículos se recarreguem andando na própria rodovia. Quem sabe isso não se torne tão popular quanto os postos de gasolina, gerando uma infraestrutura de qualidade? O tempo vai dizer.
Porém, toda eletrificação e qualquer aplicação que esteja vinculada a ela tem que passar por uma fase transitória onde existe a necessidade de validação. Logo é necessário um ambiente computacional que realize testes e simulações para traçar cenários palpáveis aos investidores. Toda as soluções tecnológicas necessárias para a expansão da eletrificação e de outras megatendências estão disponíveis na família de produtos MATLAB e Simulink aqui na OPENCADD.
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Eduardo Lima é Mestre em Engenharia Mecânica e Doutor pela UNICAMP, atuando na OPENCADD como Engenheiro de Produtos no departamento de Marketing.